3 de julho de 2018

O Conto de Aia (The Handmaid’s Tale) - Trailer Legendado



No livro de Leitura no qual participo, decidimos que a leitura de Junho seria uma distopia e por votação ganhou “O CONTO DE AIA”. Fiquei muito feliz com a escolha, devido a quantidade de comentários positivos sobre este livro. Mas antes de começar a descrever minhas impressões sobre ele, você sabe o que é este gênero literário? O Gênero Distopia, ao lado da utopia, discute a natureza humana insatisfeita e sempre em busca de um lugar melhor.  A utopia apresenta uma civilização perfeita, e a distopia, mostra e reforça o lado negativo deste processo para transformar-se em uma civilização ideal, por isto eles ficam lado a lado, a Utopia mostrando o lado ideal/positivo e a distopia mostra o lado negativo.


O CONTO DE AIA foi escrito em 1985, o romance distópico de Margaret Atwood. O livro também inspirou a série The Handmaid’s Tale, ambientada num Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política, ganhou status de oráculo dos EUA da era Trump.
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A leitura é muito perturbadora, fiquei aflita e revoltada em vários trechos, mas somente a partir da pagina 200 comecei a relaxar e reduzir meus questionamentos internos. Ainda tenho bastante perguntas, e estou na esperança de debates com meus colegas no nosso encontro do clube. Se a leitura vale a pena? Com certeza vale muito a pena, meus questionamentos e momentos são diferentes de cada um que o ler. Minha agonia e desejo que o livro terminasse logo, pois estava querendo saber como tudo terminava. É um livro que deve ser lido com calma e com pausas para debates.
Offred é uma AIA e narra o livro em 1ª pessoas. Ela consegue transmitir tudo o que esta vivenciando, a forma como a mulher ocupa a parte baixa da sociedade, sem direito nem a leitura, piorou opinar sobre algo. Não podia se expressar, conversar, ter sentimentos e criar seus filhos. Descreve sua vida como Aia, na qual sua rotina é viver na casa do Comandante e sua mulher, e sua ÚNICA função é gerar um filho para este casal. Durante a leitura, conseguir entender que Gilead enfrenta problemas bélicos com outras nações, e que devido a radiação, acabou deixando as esposas inférteis, e as AIAS eram consideradas mulheres saudáveis e prontas para a procriação.
“Preferiria fazer as compras, escolher exatamente o que quer; ela me inveja pela caminhada. Nesta casa todas nós invejamos umas às outras por alguma coisa.” (pagina 60)
“...seus pés não entravam nos sapatos, estavam inchados demais. Eram nos pés que batiam, em caso de primeira ofensa. Usavam cabos de fios de aço, com pontas destorcidas. Depois disso eram as mãos. Elas não se importavam com o que fizessem com seus pés e mãos, mesmo se fosse permanente. Lembre-se, dizia Tia Lydia. Para nossos objetivos seus pés e suas mãos não são essenciais.” (pagina 112)
“Minha saia vermelha é puxada para cima até minha cintura, mas não acima disso. Abaixo dela o Comandante esta fodendo. O que ele está fodendo é a parte inferior de meu corpo. Não digo fazendo amor, porque não é o que ele está fazendo. Copular também seria inadequado porque teria como pressuposto duas pessoas e apenas uma está envolvida. Tampouco estupro descreve o ato: nada está acontecendo aqui que eu não tenha concordado formalmente em fazer. Não havia muita escolha, mas havia alguma, e isso foi o que escolhi.” (pagina 115)
“...É proibido para nós estarmos sozinhas com os Comandantes. Somos para fins de procriação: não somos concubinas, garotas gueixas, cortesãs. Pelo contrário: tudo o que era possível foi feito para nos distanciar desta categoria.” (pagina 165)
“Somos úteros de duas pernas, apena isso: receptáculos sagrados, cálices ambulantes.” (pagina 165)
“Não se pode fazer uma omelete sem quebrar os ovos, é o que diz. Pensamos que faríamos melhor.” (pagina 251)
“...As mulheres sabem disso instintivamente. Por que elas compravam tantas roupas diferentes, nos velhos tempos? Para enganar os homens levando-os a pensar que eram várias mulheres diferentes. Uma nova a cada dia.” (pagina 281)
“...se isto é o meu fim ou um novo começo não tenho nenhum meio de saber: se me entreguei às mãos de desconhecidos; porque não há outro jeito. E assim eu entro, embarco na escuridão ali dentro; ou então na luz." (pagina 347) 
Leia e me conte o que achou sobre o livro, e se tiver dúvidas, vamos conversar porque também tenho muitas interrogações.
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